Basicamente a relactação é um método utilizado para estimular a produção de leite e fazer com que o bebé se interesse pela mama novamente ou complementar a alimentação quando a amamentação em exclusivo, por algum motivo, não é suficiente, isto é suplementar, com leite materno (se possível extrair) ou leite artificial sem recurso a biberões ou tetinas estimulando em simultâneo a produção de leite materno através da sucção e facilitando a criação de laços e o contacto pele com pele.
Trago este tema porque apesar de ser enfermeira e mãe de segunda viagem (amamentei a minha primeira filha durante 1 ano) nunca tinha ouvido falar nesta técnica e foi também graças a ela (entre outras medidas) que consegui amamentar o meu filho em exclusivo até aos 6 meses, e contamos com 7 meses e meio de maminha, pelo que acho importante dá-la a conhecer.
Então começando pelo início. Já na maternidade sentia os mamilos doridos, mas aparentemente estava tudo bem. Viemos para casa e as coisas complicaram-se e apareceram fissuras nos mamilos, pelo que pedimos ajuda a uma CAM (conselheira de aleitamento materno). A CAM identificou 2 problemas: má pega e diminuição da produção de leite materno. A pega foi corrigida e trabalhei arduamente para que a produção de leite aumentasse. E como? Oferecia sempre mama em primeiro lugar e depois do bebé mamar oferecia leite suplementar através da técnica de relactação, que nos primeiros dias foi leite artificial visto não conseguir extrair leite materno suficiente para a suplementação. Depois usava a bomba para extrair leite e estimular ainda mais a produção de leite. Nos primeiros dias pouco leite conseguia extrair, mas a pouco e pouco a quantidade extraída foi aumentando e começou a dar para suplementar as mamadas. Após cerca de 2 semanas, com esta trabalheira toda a produção estabilizou e deixou de haver necessidade de suplementar as mamadas e ficamos só pela maminha. Foi uma trabalheira efetivamente, mas compensou todo o esforço pois sou uma defensora da amamentação com todas as suas vantagens quer para a mãe quer para o bebé. E se não tivéssemos conseguido reverter a situação? Ia-me custar muito, pois queria muito amamentar mas se não tivesse conseguido estava tudo bem, não era menos mãe nem amava menos o meu filho por isso.
Esta é a nossa história, que queria muito partilhar convosco. Caso tenham dificuldades na amamentação e queiram amamentar procurem ajuda, pois cada caso é um caso e nada como alguém com conhecimento especializado e experiência para avaliar e vos aconselhar.
Adriana Gomes